A criação de filhos é um dos maiores desafios que muitos pais enfrentam, principalmente em tempos de mudanças rápidas como os que estamos vivendo. Entre o desejo de ser o melhor pai ou mãe e as dificuldades cotidianas, surge o conceito de “criação suficientemente boa”, que pode oferecer alívio e clareza para aqueles que buscam equilíbrio. Além disso, com o advento da tecnologia, novas questões surgem sobre como os jovens estão lidando com o uso das redes sociais, como o LinkedIn, e o impacto das telas no desenvolvimento infantil. Neste artigo, exploramos essas e outras questões que estão moldando a educação e a criação de filhos no Brasil.
O Que Significa Ser um Pai ou Mãe “Suficientemente Bom”?
A criação de filhos nunca é uma tarefa fácil. Todos cometemos erros ao longo do caminho, mas, segundo o conceito de “criação suficientemente boa”, introduzido pelo psicanalista Donald Winnicott, os pais não precisam ser perfeitos para dar aos filhos um ambiente saudável e acolhedor. O conceito, que surgiu na década de 1950, se baseia na ideia de que os pais devem atender às necessidades emocionais dos filhos, criando um ambiente seguro e de apoio, sem a pressão de alcançar a perfeição.
Ser um “pai suficientemente bom” significa reconhecer nossas limitações e entender que não podemos controlar tudo. Em vez de buscar um padrão impossível de perfeição, o foco deve estar em criar condições para que os filhos cresçam emocionalmente saudáveis e bem ajustados. Isso envolve, por exemplo, ter expectativas realistas. Como bem diz o autor do artigo, “se é hora do jantar e eles estão cansados e com fome, não espere que arrumem o quarto”. A chave é reconhecer que os erros fazem parte do processo e não deixam de ser uma oportunidade de aprendizado tanto para os pais quanto para os filhos.
O Impacto das Telas: Crianças e Adoração aos “Deuses Visuais”
Em tempos de smartphones e tablets, as telas têm um papel central na vida das crianças. Um fenômeno interessante é a forma como os filhos ficam absortos em seus vídeos favoritos, com uma aparência quase angelical enquanto assistem ao YouTube ou jogam. Embora isso pareça inofensivo, é importante refletir sobre o quanto as telas estão impactando o desenvolvimento infantil.
A fotógrafa Sophie Harris-Taylor, em sua exposição “Screen Time”, capturou imagens de crianças hipnotizadas pelas telas. Ela observa como muitos jovens, em um estado de concentração profunda, assistem a vídeos como desempacotamento de brinquedos ou tutoriais de jogos. Para muitos pais, essa “adoração aos deuses visuais”, como é chamada, pode parecer excessiva, mas para outros, a imagem das crianças concentradas pode até ser vista como um momento de meditação ou descanso. Isso levanta a questão de como as tecnologias podem se inserir no desenvolvimento infantil de maneira positiva ou negativa, e a importância de criar um equilíbrio saudável no uso de telas.
O LinkedIn: Uma Nova Plataforma para Adolescentes
Nos dias de hoje, o LinkedIn, tradicionalmente visto como uma rede social voltada para profissionais, tem se tornado cada vez mais popular entre os adolescentes. Inicialmente, muitos se perguntam o que poderia atrair um jovem para uma plataforma associada a pessoas adultas, em busca de empregos e conexões profissionais. No entanto, essa nova tendência pode ter várias explicações interessantes.
De acordo com especialistas, uma das principais razões para o crescente interesse dos adolescentes pelo LinkedIn é a oportunidade de construir uma presença profissional desde cedo. Para eles, a plataforma é uma forma de mostrar suas conquistas, habilidades e interesses para futuras oportunidades educacionais ou de trabalho. Além disso, o LinkedIn oferece aos jovens a chance de aprender mais sobre diferentes áreas profissionais, com acesso a informações e experiências de pessoas experientes.
Alguns adolescentes afirmam que o LinkedIn é um espaço mais seguro em relação a outras redes sociais, como o Instagram ou TikTok, onde os riscos de cyberbullying e de interações tóxicas são mais frequentes. Como um estudante de ensino médio mencionou, “É a única plataforma onde não há trolls anônimos, o que a torna mais responsável e respeitosa”. Essa percepção pode ser um alívio para pais que se preocupam com o impacto negativo das redes sociais no comportamento e bem-estar dos filhos.
Adaptando a Parentalidade às Novas Realidades
Ser um bom pai ou mãe no mundo de hoje envolve muito mais do que atender às necessidades básicas dos filhos. Em um contexto de rápidas mudanças tecnológicas e culturais, a parentalidade “suficientemente boa” propõe que os pais reconheçam que a perfeição não é o objetivo. O mais importante é estar presente, estabelecer um ambiente seguro e de apoio, e ser flexível diante dos desafios do dia a dia.
Além disso, com a crescente presença das tecnologias na vida das crianças, é fundamental que os pais orientem seus filhos sobre o uso consciente e equilibrado das telas e redes sociais. Como vimos com a popularização do LinkedIn entre os adolescentes, a tecnologia também oferece oportunidades valiosas de aprendizado e crescimento, quando utilizada de forma adequada.
Portanto, ao invés de temer as mudanças, os pais devem buscar se adaptar a elas, educando-se e aos seus filhos sobre como navegar no mundo digital com responsabilidade, enquanto continuam a proporcionar o amor e apoio necessários para o desenvolvimento emocional e intelectual das crianças.