A Situação no Brasil
Um estudo recente da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) revelou um aumento alarmante na taxa de mortalidade materna em 2021, em comparação com os anos anteriores, antes da pandemia de Covid-19. Publicado na Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil nesta segunda-feira (29), o estudo destaca que a mortalidade materna mais do que dobrou durante o ano passado.
A pesquisa analisou o número crescente de óbitos de mulheres grávidas e puérperas em 2020 e 2021, comparando esses dados com os anos anteriores, e utilizou informações do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) de 2015 a 2021, além do Sistema de Informações da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sipev-Gripe).
Em todos os cenários avaliados, houve um aumento significativo nas mortes de mulheres grávidas e puérperas, totalizando cerca de 3 mil óbitos, mesmo levando em consideração um aumento esperado devido à pandemia. Esse aumento representou um crescimento de 39% na mortalidade geral durante o período analisado. A discrepância entre os óbitos observados e os esperados para 2021 foi calculada para determinar o excesso de mortalidade.
Em um dos cenários analisados, o excesso de mortalidade materna foi 51,8% maior do que o aumento da mortalidade geral, quando comparado com a tendência entre os anos de 2015 a 2019. O estudo procurou compreender os efeitos da pandemia na mortalidade materna, reconhecendo-a como um importante indicador de desenvolvimento social.
Além disso, o excesso de mortalidade materna em 2021 foi 57% maior em comparação com o ano anterior, 2020, quando a pandemia teve início. Em outro cenário, esse excesso foi ainda maior, atingindo 83,7% em comparação com a mortalidade de mulheres não grávidas no mesmo período.
Os resultados indicam que a Covid-19 foi responsável por 60% das mortes maternas em 2021, um aumento significativo em relação aos 19% registrados em 2020. Raphael Guimarães, autor do estudo, sugere que a pandemia pode ter restringido o acesso das mulheres aos cuidados pré-natais, ao parto e ao puerpério adequados, influenciando nos resultados observados.
A mortalidade materna é definida como aquela relacionada a complicações durante a gravidez e até 42 dias após o parto.
A Realidade em Outros Países
América Latina
Além do Brasil, outros países da América Latina também enfrentaram desafios semelhantes em relação à mortalidade materna durante a pandemia. Países como México, Argentina e Peru relataram aumentos significativos nas taxas de mortalidade entre mulheres grávidas e puérperas. Restrições de mobilidade, sobrecarga nos sistemas de saúde e dificuldades no acesso aos cuidados pré-natais foram alguns dos fatores que contribuíram para esse cenário preocupante.
Estados Unidos
Nos Estados Unidos, estudos também apontaram para um aumento na mortalidade materna durante a pandemia. Embora o país tenha recursos de saúde mais robustos em comparação com muitas nações em desenvolvimento, disparidades raciais e socioeconômicas no acesso aos cuidados de saúde contribuíram para taxas mais altas de mortalidade materna entre comunidades marginalizadas durante a crise da Covid-19.
Europa
Na Europa, a situação variou de país para país, mas muitas nações também enfrentaram desafios significativos em relação à mortalidade materna durante a pandemia. Restrições de mobilidade, interrupções nos serviços de saúde e a sobrecarga dos sistemas hospitalares impactaram adversamente as mulheres grávidas e puérperas, levando a um aumento nas taxas de mortalidade em alguns países europeus.
Conclusão
Embora em 2022 a razão de mortalidade materna no Brasil tenha diminuído, retornando aos níveis pré-crise, os desafios persistem, e é fundamental manter esforços para garantir o acesso universal aos cuidados de saúde materna e prevenir mortes evitáveis durante a gravidez e o parto. Essa preocupação se estende além das fronteiras brasileiras, com outros países enfrentando desafios semelhantes e destacando a necessidade de ações globais coordenadas para proteger a saúde e o bem-estar das mulheres durante a pandemia e além dela.
Um estudo recente da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) revelou um aumento alarmante na taxa de mortalidade materna em 2021, em comparação com os anos anteriores, antes da pandemia de Covid-19. Publicado na Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil nesta segunda-feira (29), o estudo destaca que a mortalidade materna mais do que dobrou durante o ano passado.
A pesquisa analisou o número crescente de óbitos de mulheres grávidas e puérperas em 2020 e 2021, comparando esses dados com os anos anteriores, e utilizou informações do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) de 2015 a 2021, além do Sistema de Informações da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sipev-Gripe).
Em todos os cenários avaliados, houve um aumento significativo nas mortes de mulheres grávidas e puérperas, totalizando cerca de 3 mil óbitos, mesmo levando em consideração um aumento esperado devido à pandemia. Esse aumento representou um crescimento de 39% na mortalidade geral durante o período analisado. A discrepância entre os óbitos observados e os esperados para 2021 foi calculada para determinar o excesso de mortalidade.
Em um dos cenários analisados, o excesso de mortalidade materna foi 51,8% maior do que o aumento da mortalidade geral, quando comparado com a tendência entre os anos de 2015 a 2019. O estudo procurou compreender os efeitos da pandemia na mortalidade materna, reconhecendo-a como um importante indicador de desenvolvimento social.
Além disso, o excesso de mortalidade materna em 2021 foi 57% maior em comparação com o ano anterior, 2020, quando a pandemia teve início. Em outro cenário, esse excesso foi ainda maior, atingindo 83,7% em comparação com a mortalidade de mulheres não grávidas no mesmo período.
Os resultados indicam que a Covid-19 foi responsável por 60% das mortes maternas em 2021, um aumento significativo em relação aos 19% registrados em 2020. Raphael Guimarães, autor do estudo, sugere que a pandemia pode ter restringido o acesso das mulheres aos cuidados pré-natais, ao parto e ao puerpério adequados, influenciando nos resultados observados.
A mortalidade materna é definida como aquela relacionada a complicações durante a gravidez e até 42 dias após o parto.
A Realidade em Outros Países
América Latina
Além do Brasil, outros países da América Latina também enfrentaram desafios semelhantes em relação à mortalidade materna durante a pandemia. Países como México, Argentina e Peru relataram aumentos significativos nas taxas de mortalidade entre mulheres grávidas e puérperas. Restrições de mobilidade, sobrecarga nos sistemas de saúde e dificuldades no acesso aos cuidados pré-natais foram alguns dos fatores que contribuíram para esse cenário preocupante.
Estados Unidos
Nos Estados Unidos, estudos também apontaram para um aumento na mortalidade materna durante a pandemia. Embora o país tenha recursos de saúde mais robustos em comparação com muitas nações em desenvolvimento, disparidades raciais e socioeconômicas no acesso aos cuidados de saúde contribuíram para taxas mais altas de mortalidade materna entre comunidades marginalizadas durante a crise da Covid-19.
Europa
Na Europa, a situação variou de país para país, mas muitas nações também enfrentaram desafios significativos em relação à mortalidade materna durante a pandemia. Restrições de mobilidade, interrupções nos serviços de saúde e a sobrecarga dos sistemas hospitalares impactaram adversamente as mulheres grávidas e puérperas, levando a um aumento nas taxas de mortalidade em alguns países europeus.
Conclusão
Embora em 2022 a razão de mortalidade materna no Brasil tenha diminuído, retornando aos níveis pré-crise, os desafios persistem, e é fundamental manter esforços para garantir o acesso universal aos cuidados de saúde materna e prevenir mortes evitáveis durante a gravidez e o parto. Essa preocupação se estende além das fronteiras brasileiras, com outros países enfrentando desafios semelhantes e destacando a necessidade de ações globais coordenadas para proteger a saúde e o bem-estar das mulheres durante a pandemia e além dela.