Como criar filhos compassivos e socialmente conscientes
Cultivando a Bondade: Ensinando Seus Filhos a Serem Compassivos e Mudar o Mundo
Um dia após a escola, meus três filhos mais novos e eu encontramos alguns amigos em um parque local. Tyler, de nove anos, veio correndo me dizer que havia encontrado uma nota de 20 dólares. “Que dia de sorte!”, ele exclamou.
Após procurarmos pelo dono sem sucesso, Tyler ficou feliz em ficar com o dinheiro. Saímos do parque para fazer algumas compras e, ao entrarmos no estacionamento do shopping, vimos um pai com dois filhos segurando uma placa que dizia: “Você pode nos ajudar com o aluguel?”.
Tyler me perguntou se ele poderia dar seus 20 dólares para a família. Fiquei inicialmente surpreso, pois ele estava tão animado por ter encontrado o dinheiro apenas uma hora antes. Mas quando saíamos do shopping, parei ao lado da família. Tyler abaixou a janela do carro e entregou o dinheiro ao menino.
Os olhos do pai se encheram de lágrimas quando ele viu a quantia que Tyler estava entregando ao seu filho. Ele abaixou a cabeça e disse: “Obrigado”. Acredito que esse foi um dos momentos de maior orgulho de Tyler.
A bondade é compaixão em ação. E o mais maravilhoso é que cada ato de bondade gera ondas que se espalham além da nossa percepção. A gentileza de Tyler provavelmente mudou o dia daquela família de diversas maneiras. E quem sabe que tipo de bondade ele despertou naquele pai ou em seus filhos? Nem sempre podemos mensurar o impacto de nossos atos gentis, mas devemos confiar que eles criarão um efeito cascata e permitir que esse conhecimento seja nossa própria recompensa.
Para as crianças, atos de bondade podem ser tão simples quanto convidar um novo colega de classe para sentar à sua mesa no almoço ou dar um abraço em um irmão. Essa prática pode se estender para atividades em comunidade, como voluntariar em um banco de alimentos, doar roupas ou brinquedos para um abrigo para sem-teto, ou defender outras pessoas e causas importantes. Mais do que tudo, a bondade significa prestar atenção às necessidades dos outros e agir para ajudá-los.
A enteada da minha amiga Anna é um exemplo brilhante disso. Junto com as angústias típicas da adolescência, ela estava de luto pela morte de seu pai, enquanto toda a família se ajustava emocional e financeiramente. De alguma forma, apesar de tudo isso, ela encontrou uma maneira de ver além de suas próprias necessidades. Aos 16 anos, ela havia conseguido seu primeiro emprego e estava animada por ter seu próprio dinheiro. No dia em que recebeu seu primeiro pagamento, Anna a levou ao banco para abrir uma conta e depositar o cheque.
Alguns dias depois, Anna recebeu um telefonema da professora de sua enteada. Preocupada, ela se perguntou o que havia de errado. Mas a professora disse: “Sua filha chegou à aula de educação física hoje com um par extra de sapatos. Ela notou que um de seus colegas não tinha tênis (ou qualquer outro calçado), e hoje ela, de forma muito despretensiosa, entregou a ele os sapatos e cinco pares de meias. Ela se certificou de que os outros alunos não a vissem, mas eu vi o que ela fez. A mantive depois da aula, e ela me disse que tinha começado seu primeiro emprego e mal podia esperar para receber seu primeiro pagamento para dar alguns sapatos a esta aluna. Achei que você deveria saber.”
Prepare-se para as lágrimas. Quando perguntei a Anna como aquele telefonema a fez se sentir, ela disse: “Em um momento em que nossa família estava lutando, minha enteada viu uma necessidade maior que a dela e a preencheu. Eu estava muito orgulhosa dela”. Isso foi há 10 anos, e agora ela trabalha em um hospital, continuando a espalhar amor e bondade por onde quer que vá.
Celebrando a Bondade em Casa
Em 2014, um estudo de Harvard descobriu que as crianças eram três vezes mais propensas a dizer que seus pais ficariam mais orgulhosos delas se tivessem boas notas do que se fossem pessoas gentis em sua comunidade. Ao ver essa estatística, me preocupei se havia comunicado meus próprios valores aos meus filhos com sucesso, ou se a importância da bondade havia se perdido em meio a todas as lições, atividades extracurriculares e tarefas de casa.
Ao ver essa estatística, me preocupei se havia comunicado meus próprios valores aos meus filhos com sucesso, ou se a importância da bondade havia se perdido em meio a todas as lições, atividades extracurriculares e tarefas de casa. Será que estávamos tão focados em notas perfeitas e em ingressar em universidades prestigiadas que estávamos esquecendo de ensinar às nossas crianças o que realmente importa: compaixão, empatia e a capacidade de fazer a diferença no mundo?
Felizmente, pesquisas mais recentes, como o Parents Values Study de 2020, indicam que a maioria dos pais reconhece a importância da bondade. No entanto, a questão permanece: como podemos garantir que nossos valores estejam alinhados com nossas ações e que estamos ensinando nossos filhos a serem pessoas gentis e compassivas em um mundo que muitas vezes parece competitivo e individualista?
A resposta, acredito, reside em criarmos oportunidades para que as crianças pratiquem a bondade no dia a dia. Aqui estão algumas dicas:
1. Comece pequeno: Incentive pequenas ações de gentileza, como compartilhar brinquedos, ajudar um colega de classe com a lição de casa ou agradecer a um caixa na loja. Essas pequenas ações podem ter um grande impacto na construção do caráter das crianças.
2. Seja um modelo: As crianças aprendem observando seus pais. Se você for gentil e compassivo com os outros, seus filhos seguirão seu exemplo.
3. Converse sobre a importância da bondade: Tenha conversas abertas com seus filhos sobre o que significa ser gentil e como suas ações podem impactar os outros.
4. Envolva-se em atividades de serviço comunitário: Junte-se a seus filhos em atividades de voluntariado em sua comunidade, como doar roupas para um abrigo para sem-teto ou plantar árvores em um parque.
5. Celebre os atos de bondade: Reconheça e elogie quando seus filhos demonstram gentileza para com os outros. Isso reforçará o comportamento positivo e os inspirará a continuar sendo gentis.
6. Ensine sobre a diversidade e a inclusão: Ajude seus filhos a entender e apreciar as diferentes culturas, origens e experiências de outras pessoas. Isso os tornará mais propensos a serem gentis e compassivos com todos.
7. Crie um ambiente familiar positivo: Um lar amoroso e solidário é o terreno fértil onde a bondade floresce.
Lembre-se, a bondade não é apenas uma virtude, é uma escolha. Ao cultivar a bondade em nossos filhos, estamos investindo em um futuro melhor para todos nós. Afinal, um mundo com mais pessoas gentis e compassivas é um mundo onde todos podem prosperar.
Inspiração para Ação
Aqui estão algumas ideias para colocar a bondade em prática com sua família:
- Pague a conta da pessoa atrás de você na fila do café.
- Doe roupas ou brinquedos para instituições de caridade.
- Plante uma árvore em um parque local.
- Voluntarie em um banco de alimentos ou abrigo para sem-teto.
- Organize uma campanha de coleta de alimentos para uma causa que você apoia.
- Escreva cartas de agradecimento para pessoas que fizeram a diferença em sua vida.
- Dê um abraço em alguém que precisa.
- Sorria para um estranho.
- Seja gentil e paciente com todos que você encontrar.
Cada ato de bondade, por menor que seja, importa. Juntos, podemos construir um mundo mais gentil e compassivo, uma ação de cada vez.